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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Nas pequenas coisas encontramos a PAZ e as soluções para muitos problemas.

Eu, Rosymaura da Silva Duarte, mulher, negra, socióloga com especialidade em africanidades e cultura popular sempre estive emmeio do artesanato, aprendi a fazer crochê com 08 anos de idade, após fiz pintura em tecido e ponto cruz. E sempre achava que isso era prendas e não ARTE. Certo dia um pai de santo disse: “você uma artista”, e eu respondi dizendo: Não senhor, não sei dançar, nem cantar e nem sou atriz, ele sorriu e disse, quem lhe falou que a arte é tão pouco?.
Não entendi o ele me disse, o tempo passou e no ano de 2009 o mais triste de minha história, encontre equilíbrio e força justamente no ARTESANATO. Conheci uma senhora que entregava caixinhas de MDF nos corredores do hospital São Marcos – Dona Ana, sempre sorridente e brincalhona, Dona Ana era paciente terminal de câncer de mama. Logo fiz amizade com ela, disse que gostava de artesanato e ultimamente estava a bordar em ponto cruz toalhas de banho, então elas me disse: Porque não faz as caixinhas de MDF e coloca as toalhas? Achei maravilhosa a idéia, então resolvi aprender a fazer, e ela se dispõe a me ensinar. Dona marcou o dia que me ensinara as técnicas da decoupagem. Fiz minha sessão de radioterapia, cumpri meu repouso e antes do dia da aula já me encontrava recuperada, então liguei pra confirmar a aula. Sua filha atendeu e me disse: faz três dias que minha mãe faleceu, mas ela já tinha comprado e separado o material para sua aula, se quiser pode vim pegar. Fiquei arrasada, pois para que 4etá no tratamento de câncer, saber que um conhecido morreu da doença, é como recebêssemos nosso atestado de óbito em vida. Passei vários dias numa tristeza e para piorar meu pai vem a falecer durante meu tratamento. Encontrava-me sem esperança nenhuma, numa depressão que me assolava e no medo, MEDO. Ao, entrar no São marcos, vi uma das caixinhas de MDF encima de uma mesa da recepcionista, então disse como faz falta Dona Ana, passei na casa dela e descobri que ela dava aulas de decoupagem para pessoas da 3ª idade. Peguei o material e comecei a pintar as caixinhas sozinha.
Hoje curada, aprendi que a ARTE é algo mais grandioso do que minha simples percepção. Descobri de onde vinha aquele sorriso de Dona Ana, das cores e da PAZ que a pintura em decoupagem lhe trazia. No entanto, o mais valioso aprendizado é que Dona Ana me deixou foi que em pequenas coisas encontramos a PAZ e na maioria das vezes as soluções para muito de nossos problemas.
                                                                                                 Rosymaura da Silva Duarte

Aqui são algumas peças que terminei no ano de 2009 e que as chamo de coleção Dona Ana.


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